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sábado, 11 de dezembro de 2010


Bruxa...Da Fic Bruxa

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"Estava acontecendo outra vez. O pavor. Os sons inarticulados de sua garganta. 
O coração disparado. A sensação de estar presa. Vendo pela fresta do armário, seus pais morrerem. Deitados no chão do quarto. 
Tão perto. Tão longe. 

Enquanto estava paralisada.Impotente. No escuro. Cercada de luz. Presa. Protegida.
Deles. Não do que faziam. Não da angústia. Ou do pânico. Seu pai a menos de meio metro. Sendo seguro no chão, tendo sua mão cortada. O grito. 

O braço mutilado seguro por um dos homens com máscaras de prata, esguichando sangue em sua direção, através das frestas. Em sua roupa. Em seu rosto. Em suas mãos. Olhou para elas. Gritou. Um grito horrível. 
Mas nenhum som saiu.Levou uma das mãos à garganta, sujando-se mais de sangue. 

Respirando muito rápido.Gritou de novo. O horror entrando nela. Tomando conta.As vestes pretas ficando sujas de vermelho. Como ela. O sangue por todo lado. Sem retorno. Fazendo-a ficar histérica.
Sem poder se desviar do que acontecia. Sem conseguir fechar os olhos. Chorando. Batendo na porta até suas mãos ficarem feridas. 

Vendo... Sua mãe sendo estuprada. Uma. Duas. Três vezes. Seu pai sendo torturado; virado de cabeça para baixo, caindo. Assistindo sua mãe e seus gritos, enquanto sangue saía de sua boca, de seus ouvidos. O sangue esguichando de sua outra mão através do quarto, atingindo-a novamente por entre a fresta. E então as súplicas.

- Não, p-por favor... p-por favor... – ouviu o choro de seu pai quando sua mãe parara de gritar.

Tapou os ouvidos com as mãos sangrentas. Fechou os olhos. Gritou de novo. E de novo. E de novo. Nenhum som. Começou a ficar difícil respirar. Estava afogando-se... no ar à sua volta. Gritou com força. Acordou. Pulando da cama e derrubando o banco que estava perto. A vara em uma das mãos trêmulas. Ainda tentando respirar. Sons estrangulados saindo de sua garganta. O pavor. O medo. Suando profusamente; o quarto entrando lentamente em foco. E então a raiva. A fúria. A vara instável apontando para todos os lados. Procurando um alvo. Qualquer um.

Encontrou.  Olhos negros a encaravam no fundo do quarto. O feitiço o atingiu em cheio, fazendo com que voasse pelo quarto, até bater numa parede, antes de cair com cadeira e tudo. O som ecoando."

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AnaNinaSnape
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(sexta-feira, 14 de maio de 2010)

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